quarta-feira, 27 de abril de 2016






Para a Dra. Maria João Sequeira













Em anterior blogue -  clicar aqui  -  recordei as sessões comemorativas do Dia Mundial da Diabetes, promovidas pela ARS de Viana do Castelo, em 14 de Novembro de 1992, com a colaboração da APDP.
Ontem em agradável conversa com a Dra. Maria João Sequeira salientei o facto do Doutor Roma ter um grande orgulho na condecoração com que foi agraciado pelo Instituto de Socorros a Náufragos  e voltei a ler as palavras da Dra. Alda Roma, quando da sua intervenção naquelas Comemorações:

 
 
 

 
 
 
 



sexta-feira, 15 de abril de 2016

terça-feira, 12 de abril de 2016




Viana do Castelo e Ernesto Roma  -  5


Com a devida vénia retirámos do blogueo blogue

Assim na Terra como no Céu

quinta-feira, 19 de março de 2015

Pais incógnitos

Postal retirado daqui

Na década de quarenta do século passado, Viana do Castelo era uma cidade virada para o Atlântico. De lá saíam os mais importantes bacalhoeiros do país rumo ao Mar desejado da Terra Nova. Por incrível que pareça, a indústria da pesca, tal como os famosos estaleiros navais construídos em 1944, constituía um dos maiores pilares da economia de toda aquela região do Alto Minho. A cidade formigava com o pequeno comércio, com as feiras e praças de rua, os caixeiros-viajantes, os apitos ensurdecedores dos amoladores de facas e, nas alturas festivas, com os circos ambulantes. Pelas ruas empedradas cruzavam-se pequenas carroças de burros com discretas charretes e, de vez em quando, lá surgia um robusto automóvel seguido pelas correrias e gritarias alegres da criançada.
 
Neste cenário de esperança pós Grande Guerra, seguia pelas ruelas um casal de irmãos sempre de mãos dadas, muito apertadas, de andar curvado mas ágil aos saltinhos. Consta que ele chamava-se Nicolau e ela Adelaide, consta, ainda, que ficaram órfãos de mãe, pois o pai sempre foi incógnito. Eram abordados por muita gente enquanto passavam, uns brincavam com eles, outros troçavam, outros faziam-lhes perguntas para os ouvirem falar, outros, ainda, desviavam a cara curiosa.
 
Fisionomicamente eram diferentes, assemelhavam-se a antropóides, sim, pareciam símios; os braços mais longos do que as pernas, a pele toda coberta de pelos pretos, as testas recuadas e os narizes achatados não desmentiam: pareciam macacos. Sofriam de uma deficiência nunca cientificamente explicada para além de lendas e boatos, muitos mexericos e contos. O mais conhecido remonta a uma mulher da vida, de vida miserável, que depois de saber-se grávida terá exclamado não querer ter filhos e se acaso os tivesse, então que fossem macacos.
 
Lalau e Laidinha (foi por estes nomes que ficaram conhecidos) nunca se separavam e quanto mais espicaçados pela turba gingona, mais o irmão se insurgia violento. Eram para os locais uma parelha de aberração circense andante e antes que algum empresário do ramo lhes visse fonte de muitos reis, foram acolhidos pela Congregação da Nossa Senhora da Caridade. Em boa verdade, na época, tudo o que era diferente deveria ser escondido, era uma vergonha impedida de ver o sol do dia. Era uma prática comum em terras do Alto Minho.
 
Claro que hoje seria abertura de noticiários, fonte de dissecação cientifica ou, não me espantaria nada, a maior macacada na cabeça dos realizadores e no topo das audiências da casa dos segredos.
 
Lembro-me deste caso desde os meus tempos de infância em que a minha querida Odete, filha da criada da minha avó, que veio com os nubentes, meus pais, para Lisboa, me contava para eu comer quando estava mais enfastiado. Revivi, anos mais tarde, a história dos manos num artigo de fundo numa edição do jornal "A Aurora do Lima". E, ontem, em conversa com o director deste jornal, com cento e sessenta anos de existência, amigo da minha mãe, Bernardo Barbosa, pessoa mui estimada e amável, solicitei o citado artigo do arquivo que lera há mais de vinte e cinco anos. Infelizmente, aquela edição não está digitalizada mas, mal tenha disponibilidade, irei pessoalmente a Viana tentar encontrá-la. Por enquanto, ficou a promessa de uma fotografia e outros detalhes. Deficientes ou não, foram duas vidas humanas que nasceram, viveram, sentiram, sofreram e morreram.
 
De resto muito pouco se sabe (se fizerem uma busca por um qualquer motor de pesquisa, não encontrarão nada), é um segredo que Viana não se orgulha nem alimenta, um caso esquecido, como tantos outros, com pais incógnitos.
Conheci bem o Toninho Lalau e a sua irmã a Laidinha, nos idos anos 60. O Toninho aguardava os alunos do Liceu que se dirigiam pela linha férrea para essa escola. Pedia cigarros e alguns lhos davam, balbuciava umas palavras ininteligíveis e dava um beijo (babado) na mão do tabaqueiro benfeitor. Caminhava curvado e dava uns pulinhos como os símios, era inofensivo, mas zangava-se se lhe mostrassem uma moeda ou um cigarro e depois o negavam, ficava furioso e debitava um discurso ininteligível. estes irmãos foram o tema da tese de licenciatura do dr Ernesto Galeão Roma iniciador do tratamento da diabetes com insulinoterapia e que era vianense.
 
 
 
 
No cinquentenário da APDP, em 1976,  uma das homenagens  prestadas ao Doutor Ernesto Roma foi a edição da sua "Dissertação Final do Curso Médico", com uma introdução do Professor Doutor Victor Fontes.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Depois da homenagem ao Doutor Roma em Viana do Castelo em 31 de Março de 2001, a Dra. Alda Roma enviou o livro para a Congregação de Nossa Senhora da Caridade, de Viana do Castelo, "onde são estudados dois utentes desta Instituição, que os vianenses mais antigos conheceram pelo seu aspecto simiesco e histórias que na altura se contavam".
 
 
 
 
 






 

segunda-feira, 11 de abril de 2016







Viana do Castelo e Ernesto Roma  -  4











Dia Mundial  da Diabetes  de 14 de Novembro de 1992
























Manuel Sá Marques -Alda Pamplona Roma - Defensor Moura -
Soares Pereira - Aristides Arroteia

Viana do Castelo e Ernesto Roma  -  3










Palavras proferidas pela Dra. Alda Pamplona Roma na Sessão de Homenagem ao Doutor Ernesto Roma em 31 de Março de 2001








Palavras por mim proferidas na Sessão de Homenagem ao Doutor Ernesto Roma em 31 de Março de 2001










domingo, 10 de abril de 2016



Viana do Castelo
Rua Ernesto Roma
Viana do Castelo e Ernesto Roma  -  2





 
 
 
 
O livro de Aristides Brás Arroteia, ilustre e saudoso Director do jornal de Viana do Castelo - "A Aurora do Lima", de que reproduzimos no anterior blogue o Prefácio, foi editado quando da HOMENAGEM  PRESTADA AO DOUTOR ERNESTO ROMA pela sua cidade natal, em 31 de Março de 2001.
 



 
 
 




 
 
 
 

 
 
 

sábado, 9 de abril de 2016



Viana do Castelo e Ernesto Galeão Roma - 1



Uma recordação dedicada ao Carlos Manuel Maciel

Com um apertado abraço