RECORDAÇÕES AFECTUOSAS
Foi longa a minha vivência na instituição, cerca de
quatro décadas!
A admissão, proposta pelo Dr. Ernesto Roma como
Adjunto da sua Direcção Clínica, foi aceite pela Direcção da Associação, que
nessa data se intitulava Associação Protectora dos Diabéticos Pobres -
APDP e era presidida pelo Dr. Joaquim Diniz da Fonseca. Principiei a
actividade em 25 de Janeiro de 1957 e passados cerca de sete anos, são-me
atribuídas mais responsabilidades, por ser nomeado Subdirector Clínico,
(13 de Novembro de 1963) e posteriormente Director Clínico, cargo que
desempenhei de 1 de Outubro de 1974 a 27 de Março de 1996, os últimos
20 anos em regime de exclusividade, por ter terminado a carreira
hospitalar nos Hospitais Civis de Lisboa como Interno Graduado de Medicina.
O ter sido médico na Associação, o privilégio de fazer
uma aprendizagem que tinha como exemplo o Mestre Ernesto Roma, a admiração pelo
seu pensamento activo e a ligação afectuosa que se criou entre nós, marcaram a
minha vida pessoal e profissional!
Na minha idade, já nonagenário, estamos muito ligados
à vida pelas recordações!
Na vivência diária na Associação criei relações
muito afectuosas com o Mestre Doutor Ernesto Roma. Fui mais que seu discípulo
dilecto, nos últimos anos acompanhei-o filialmente!
Na "luta pela sua associação" o Dr. Ernesto
Roma esteve sempre acompanhado de amigos dilectos e benfeitores. Desejo
destacar a figura inesquecível de José Pires Cardoso de Oliveira. Filho de um
dos fundadores da Associação Protectora dos Diabéticos Pobres, nunca deixou de
se interessar pela instituição, como membro dos seus corpos gerentes. Depois do
falecimento do Dr. Diniz da Fonseca, foi o Presidente das sucessivas Direcções
com quem trabalhei. Era uma alma de eleição! O que a APDP lhe ficou a
dever!...
Foram milhares os diabéticos que conheci! Quando tenho
a sorte de me encontrar com diabéticos ou seus familiares é sempre grande
a nossa satisfação! Com alguns conservo uma ligação de apertada amizade.
Reconheço que a minha actuação na Associação fazia
parte do trabalho duma equipa de diversos profissionais.
Tínhamos uma "atitude personalista e antropológica" para quem
entrava na instituição. Continuo a beneficiar do afecto e amizade que alguns
antigos colaboradores me dispensam. Quando dos meus "achaques"
nunca deixei de ter a presença amiga do Francisco Carreiras.
Na frequente e íntima convivência com o Lino, querido
e fraterno Amigo, recordamos frequentemente os anos em que trabalhámos juntos
na Associação, com sacrifício da nossa vida familiar e pessoal. Nas nossas
lembranças estão sempre presentes o Nuno e o João Governo. Tenho na minha sala
de leitura a fotografia tirada pelo Ruy Cinatti ao feliz grupo - Nuno
Castel-Branco, Manuel Sá Marques, João Nabais Governo e Lino Fernandes da
Silva.
Fiquei muito ligado à instituição e às pessoas com quem lá trabalhei. Assim,algumas destas recordações também são minhas... E sempre com saudade que recordo - e de certo modo "convivo") - com os amigos Nuno e João que estão e estarão sempre presentes. Um abraço amigo e muito grato pelas várias décadas de estreita amizade pessoal e familiar.
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