quarta-feira, 14 de junho de 2017




Pintura de António Moro

O PRÍNCIPE JOÃO MANUEL  
  A Diabetes e a História












Professor Nicolau Firmino
Fui abrir a caixa onde arquivei documentação referente ao Príncipe D. João, e estive a reler algumas páginas  da notável obra literária da Doutora Nair da Nazaré Castro Soares - "Tragédia do príncipe João -  de Diogo de Teive". Recordei o que escrevi para o Boletim da APDP de Janeiro de 1992, e não esqueci o apoio que então me deu o querido e fraternal amigo Lino. Foi por seu intermédio que o primo Professor Nicolau Firmino me ajudou na tradução das citações em latim  da "História Genealógica da Casa Real Portuguesa", de D.  António Caetano de Sousa












Transcrevo dois epitáfios feitos por Manoel de Cabedo, impressos nas "Obras de André de Rezende da impressão de Roma".


Epitáfios

Este túmulo contém o defensor dos Lusitanos
E a sepulta esperança da nossa liberdade.
Aqui jaz a preclara descendência do egrégio João,
O ilustre sobrinho e genro do grande Rei.
Mal completara o décimo sexto ano de idade,
Apenas transpusera  os tempos da puberdade,
A cruel morte (lhe) lançou a mão, e de repente de um tão grande
Príncipe privou os infelizes Lusíadas.


Aqui jaz aquele Príncipe da Lusitânia
O grande João, outrora única esperança
E sustentáculo da muito grande e decadente Pátria.
Aqui aquele que já então a Africa temia,
E longe as largas embocaduras do vasto Ganges.
Aqui aquele genro e sobrinho do grande César.
Única querida descendência do muito Grande João.
Visto que vivera dezasseis anos
Agradável e piedoso para com todos, oh dor!
Vivera certamente no tempo em deveu, então faleceu.
Porém jazendo debaixo da terra, não chora a Esposa
Dulcíssima, não os cetros a si devidos,
Não os Reinos, não as grandes riquezas, mas a Pátria
Abandonada em tão grande perigo.
















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